Talvez por estar mais desgarrado das parcerias, fico pensando se estas travessias não poderiam/deveriam ser mais amplas e não exatamente em duplas. Fiquei pensando no que Lívia escreveu, nas idéias de mimetismo, de absorção e transformações das coisas e do tempo. Acredito que a idéia de uma trama em que os caminhos [travessias] se a[travessassem], fosse mais adequada às relações que temos uns com os outros e com o projeto.
Fico pensando se não são mesmo as nossas vivências em comum – ou não – o que estamos buscando neste projeto. Este exercício de pensar no trabalho do outro, pelo que posso perceber nos depoimentos do Raul, da Tati, e no que tenho pensado, me parece – além de resolver uma proposição – um exercício de lembrar vivências comuns: atravessamentos poéticos, atravessamentos afetivos. Quando o Raul fala de ter visto um determinado trabalho no atelier da Daisy, lembrei dos trabalhos que vi lá quando estive em reuniões onde outros artista envolvidos neste projeto também estavam e dos comentários que fizemos.... está tudo emaranhado....
Apesar de procurar me focar no que me propus – fazer dupla com a dupla Carlão-Neto – este projeto tem me levado a lembrar. Talvez pq meu maior estímulo seja o fato de conhecer os artistas envolvidos, que são amigos de longa data – alguns muito próximos. Penso que talvez o mais interessante seja ampliarmos estas duplas, deixá-las mais ambíguas, mais triplas, quádruplas....
Gosto mesmo dos afetos sinceros que trocamos entre nós. Talvez seja este o melhor 'trabalho' desta exposição.
A Luiza fala em 'cumplicidade, amizade e anos de histórias públicas e privadas'. Adolfo fala que 'o fundamento do projeto é intercambiar poéticas'. Penso que isto deve acontecer de forma ampla!
Abraço a todos!
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5 comentários:
João meu brother,
Maravilha esse seu texto.
Também estou empolgado commo projeto e pensando mesmo q ele merece desdobramentos em Madrtd e outras cidades. Acho q estamos apenas no começo de uma experiencia bacana. O blog aqui ajuda a manter um clima de permanente conversa q é importante para a construção de uma exposicao coletiva com uma coesão verdadeira. (lembra Outra coisa? Lembra Love's House?). Exposicao de afinidades, sem vaidades e competicao babaca.
Engracado tambem vc falar em triplas etc. Ontem rabisquei uma idéia nova para meu trabalho Daisyniano. Seria inspirado nas fotos c corpos dentro de malhas. Minha idéia é colocar grades dentro de tubos de malha fechada e apresenta-las pendurados no teto. Dai fiquei pensando q ficaria parecido com trabalhos do Neto... Ou seja, pintou uma equação inesperada Raul + Daisy = Neto.
Oi João,
Acho o seu comentário muito pertinente.
Fui repreendida algumas vezes por dar destaque às relações afetivas no projeto, mas acho que cabe ao curador e aos artistas definirem os melhores caminhos dessas travessias.
Comentei em outro momento com a Amanda como eu gostaria que o seu trabalho atravessasse o da Tati, o da Brígida - artistas que eu já presenciei algum tipo de troca muito bacana.
Talvez seja o caso de você conversar com o Adolfo e redefinir algumas bases, pelo menos para o desenvolvimento da sua obra. Vou adorar.
Grande beijo,
Luiza
Eu acho que esgarçar as duplas para aumentar a trama é ótimo. Fica mais complexo e ainda mais interessante.
Bjs,
T.
Mourão!
O blog é ótimo mas vamos tentar nos encontrar ao vivo e a cores?
Falei com a Luiza hoje para ver se rola um encontro para a gente poder trocar idéias todos [os que puderem, claro] juntos.
um abraçø,
J.
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