sexta-feira, 11 de julho de 2008

objeto para atravessamentos subjetivos


Lendo o texto do Adolfo sobre o título, lembrei-me de um texto do manovich (What comes after remix?) em que fala do remix como prática corrente na música mas ainda percebida como violação de direitos autorais em outras áreas. Nas artes plásticas, diz ele, a apropriação não implica num retrabalhar a fonte, o efeito estético resultando basicamente da transferência de um signo cultural de um contexto a outro, sem maiores modificações. O que eu acho mais divertido aqui é a possibilidade de modificar na própria fonte, ou naquilo que a gente imagina que seja. Gosto da idéia de camuflagem, de mimetismo, apesar de achar também interessante a idéia de mistura, talvez mais próxima de um remix imaterial, em que você já absorve e transforma ao mesmo tempo. Acho que coincidência de olhares também é bom de pensar.
bjs
L

2 comentários:

Raul Mourão disse...

Bem vindia Livia. Nao conheco o autor q vc menciona mas o tema ee bom. Em breve os problemas de pirataria, e apropriacao de trechos de obra, direito autoral q afligem musica e cinema tambem vai gerar debate em nosso meio.

adolfomontejo disse...

Livia, Raul, completamente compenetrado com esse link. De fato em música há numerosas metáforas classicas que nos aproximam, até a palavra versões tem batida. Algo há também do teatro, no sentido de incorporar algo de uma identidade que está fora de nosso domínio, corporeizar. Pois não se trata de uma mera interpretação, talvez melhor uma encarnação de características, e, claro, as afinidades do olhar, do aproximar-se de certa forma semelhante. Deve haver trabalhos com tomada preferente na fonte conceitual, outros por acaso na formal... Em suma, são as surpresas das afinidades em grau diverso, modulações e desvios sobre um campo próximo. Vi isso também em minha visita ao ateliê de você, Livia com Marcos Chaves e logo de Brigida com Eduardo Coimbra. E eu me considero um afortunado testemunha-participante, pois entendo bem as ligas, e me junto às conexões. A mostra promete surpresas das boas.
Sobre o estatuto da obra de arte próxima, vejo há tempo que haverá cambios que deixem a coisa da autória ainda mais em xeque...de outra forma. Em tudo isso, Travessias cariocas tem cheiro de ar fresco!